sexta-feira, 6 de abril de 2012

Retrospectiva de 2011


Posse de Dilma Rousseff

Sim, a mulher pode. A presidente Dilma Rousseff chegou ao poder em 1º de janeiro de 2011 com o desafio de suceder Luiz Inácio Lula da Silva, que deixou a Presidência com maciça aprovação popular após oito anos no poder.
Em seu primeiro ano no governo, a primeira mulher a presidir o país manteve a economia a salvo da crise, foi discreta no plano internacional e, sobretudo, surpreendeu por seu rigor nas ações de combate à corrupção.
O primeiro escândalo veio em junho, com apenas cinco meses no poder, por denúncias de enriquecimento ilícito que derrubaram o ministro da Presidência, Antonio Palocci, então seu 'braço direito'. Depois caíram os ministros Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura), Pedro Novais (Turismo), Orlando Silva (Esporte) e Carlos Lupi (Trabalho), todos por supostas irregularidades.




Casamento Real


No dia 29 de abril de 2011, os britânicos saíram às ruas para festejar o casamento do príncipe William, um dos membros mais queridos da família real, com Kate Middleton - a jovem que conheceu e namorou enquanto estudava na Universidade de St. Andrews, na Escócia.
Com a união matrimonial deWilliam e Kate, o Reino Unido aspira por momentos de mudanças, já que este casamento abre caminho para alterar a lei de sucessão à Coroa britânica.


Crise de Dívida na Europa

A União Europeia (UE) multiplicou este ano seus esforços contra a crise do euro, com a realização de dez cúpulas, mas que não permitiram encontrar a solução à crise da dívida soberana na região e recuperar a confiança dos mercados.
A mais afetada foi a Grécia: Atenas lembrará 2011 como o ano em que a crise da dívida levou muitos dos seus postos de trabalho, incluindo o do primeiro-ministro, o socialista George Papandreou.
Portugal também viveu neste ano a pior crise de sua democracia, com uma série de problemas econômicos que forçou uma mudança de governo e levou ao resgate financeiro e ao programa de austeridade mais rigoroso da história do país.
Na Itália, a crise foi a grande protagonista da queda de Silvio Berlusconi como primeiro-ministro, provocando sua substituição pelo ex-comissário europeu Mario Monti, que apareceu com a missão de assumir um governo de tecnocratas para contornar as dificuldades de uma nação quase em recessão.
Já a Espanha se despede de 2011 com um novo Parlamento e um novo Governo, do conservador Partido Popular (PP), eleito pelos espanhóis para tirar o país da crise em um pleito no qual desbancou o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), que estava há quase oito anos no poder.


Tragédia na Noruega

No dia 22 de julho, a Noruega, o país com o melhor índice de desenvolvimento humano do mundo, viveu um drama de repercussão mundial com os atentados praticados pelo ativista político radical Anders Behring Breivik e que resultaram em 77 mortes.
Breivik, de 32 anos, detonou um carro-bomba em um complexo governamental no centro de Oslo, matando oito pessoas. Depois foi até à ilha de Utoeya, a 45 quilômetros da capital, e que pertence ao Partido Trabalhista (AUF, na sigla em norueguês).
No local, onde funciona uma espécie de escola onde se formaram gerações de políticos do país, inclusive o atual primeiro-ministro, Jens Stoltenberg, Breivik deu continuidade ao seu massacre.
Por mais de uma hora, ele atirou indiscriminadamente contra dezenas de jovens e matou 69 pessoas, quase todas entre 14 e 19 anos, até ser detido pela polícia sem oferecer resistência.
Breivik, que se autodenomina comandante da ordem dos templários, pretendia assim 'castigar' a social-democracia por 'trair' o país 'importando' muçulmanos. Além disso, o criminoso desejava salvar a Europa ocidental do islamismo e do 'marxismo cultural', como declarou posteriormente a um juiz.



Kadhafi: A morte ao fundo do túnel

«Chamou-nos ratos e vejam onde o encontrámos», disse ontem à Reuters um dos guerrilheiros rebeldes que capturaram Muammar Kadhafi num túnel de esgoto em Sirte, onde o coronel que liderou a Líbia durante 42 anos se refugiara após um ataque da NATO à caravana em que tentava sair da cidade.
Kadhafi prometera não fugir «como as meninas» e «lutar até ao fim», acabou por sucumbir no mesmo dia em que o seu regime perdeu o controlo da cidade que o viu nascer há 69 anos e que era também o último foco de poder de um regime derrubado por uma revolta civil que mereceu o apoio da NATO.
Perante os relatos incertos da captura – as primeiras informações davam conta que o antigo ditador fora detido apenas com ferimentos nas pernas –, rapidamente se juntaram milhares de pessoas em Trípoli, Bengazi, Misrata e também Sirte, festejando o fim de uma revolução marcada pela resposta opressiva do regime aos primeiros protestos. in Sol



Morte de Osama bin Laden

2011 será lembrado como o ano no qual os Estados Unidos lançaram uma ofensiva no Paquistão para encontrar Osama Bin Laden, que acabou morto por comandos americanos numa cidade próxima a Islamabad.
Na madrugada do dia 2 de maio, 23 integrantes da força especial da Marinha americana, os Seals, chegaram ao país em dois helicópteros e localizaram o líder da Al Qaeda em Abbottabad.
O refúgio de Bin Laden ficava a poucos quilômetros da principal academia de cadetes do Paquistão, Kakul. As chancelarias ocidentais já suspeitavam que o homem mais procurado do mundo estava se escondendo no país.


Tsunami no Japão

A tragédia tripla com terremoto, tsunami e acidente nuclear obrigaram o Japão a mobilizar todos os seus recursos para enfrentar sua maior crise desde o pós-guerra, que deixou quase 20 mil mortos, abateu a economia e abriu uma dúvida sobre a segurança das centrais atômicas.
No dia 11 de março, o arquipélago foi atingido com força por um terremoto de 9 graus na escala Richter, o quarto maior registrado na história, com epicentro a 130 quilômetros do litoral da província de Miyagi, no nordeste.
O Japão, um país acostumado com os tremores, nunca tinha vivido nada semelhante: comunicações, eletricidade e transportes foram bloqueados em toda a faixa do nordeste, enquanto foram disparados os alarmes por um potente tsunami, que menos de uma hora depois do terremoto alcançou com força devastadora a costa oriental.
A grande quantidade de água varreu povoados inteiros e carregou edifícios, veículos e infraestruturas nas províncias de Iwate, Miyagi e Fukushima, onde a tragédia matou pelo menos 19.447 pessoas e deixou pela frente um trabalho de reconstrução avaliado em cerca de 180 bilhões de euros.


Fim da Guerra no Afeganistão

Após uma década de guerra, chegou ao fim em 2011 um ciclo de conflitos no Afeganistão com o início da retirada de tropas da Otan e a transferência da segurança do país às forças locais em um processo que ocorre em meio à violência.
Apesar de a comunidade internacional anunciar que manterá seu apoio além de 2014, quando está prevista a retirada completa das forças da Otan, o Afeganistão está longe de mostrar sinais que convidem ao otimismo sobre seu futuro a curto e médio prazo.
A transferência do controle do país às forças afegãs entrou neste mês em sua segunda fase sem que tenham sido solucionadas dúvidas sobre a capacidade das autoridades locais de garantir a segurança de seus cidadãos e pôr fim aos ataques dos talibãs.
No dia 22 de junho, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, detalhou que ainda neste ano 10 mil soldados americanos deixariam o Afeganistão, e que em 2013 a retirada seria concluída. Nos dias posteriores, outros países, como a Espanha, anunciaram também o retorno de suas forças com calendários similares ao dos EUA.



A Derrocada de um Tirano

A Coreia do Norte diminuiu em 2011 a intensidade de seu discurso contra a comunidade internacional e iniciou uma aproximação dos Estados Unidos e da Coreia do Sul para reabrir as negociações sobre o fim de seu programa nuclear, paradas desde 2008.
No entanto, o país asiático, um dos mais isolados do mundo, não interrompeu seu programa de enriquecimento de urânio. Já no plano político, o regime consolidou neste ano a sucessão de Kim Jong-il, que foi substituído por seu filho, Kim Jong-un, após sua morte ter se tornado pública em 19 de dezembro.
Ninguém sabe ao certo a idade do jovem, mas acredita-se que ele tenha, no máximo, 30 anos. Em 2010, Kim Jong-un apareceu publicamente quando foi nomeado general de quatro estrelas e vice-presidente da Comissão Militar Central do Partido dos Trabalhadores.

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